quinta-feira, 24 de abril de 2014

"O Espiritual no Desenho", na região do Veneto



É sempre com muita alegria que começo estes retiros, e com uma grande vontade de aproveitar bem o meu tempo: para desenhar, para conversar, para desligar de tudo o resto!

Asolo foi a primeira paragem durante a manhã, após uma viagem por entre as vinhas de Prosecco, um vinho típico desta região, parecido com o espumante.

Leitura: "O que nos enfraquece não é, de facto, a escassez, mas a sobreabundância; não é a indagação, mas a frugalidade de mil respostas fáceis que conflituam; não é a frugalidade, mas sim o desperdício. O que nos enfraquece é não termos escutado até ao fim o que está por detrás da fome e da sede, da nossa urgência e da nossa fadiga, do atordoamento, dos medos ou da abstenção."
José T. Mendonça

Desenhar o fundamental em Asolo, simplificando, usando pouca cor, foi o que tentei fazer: Os arcos sempre diferentes uns dos outros, a anarquia do traçado, a catedral e o quadro de Santa Maria Assunta, do pintor Lorenzo Lotto, a estrada que leva até à Villa Maser, uma das famosas villas de Palladio, o recorte das casas com a montanha ao fundo, alguns detalhes, a villa Freja, onde viveu uma famosa escritora inglesa Freja Stark. Um resumo numa página dupla.
Ainda deu para tomar calmamente um cappuccino com a Estela e o Luís.


 
 

Durante a tarde, em Treviso.

Leitura: Que eu veja Senhor

Quem não sabe é como quem não vê
Quem não entende não sabe construir

Foi um exercício difícil, mas muito interessante. Em grupos de dois (fiquei com o Filipe Pinto), tínhamos que desenhar algo escolhido pelo outro, sem nós estarmos a ver! Só desenhávamos através da descrição, só no fim podíamos ver.

Foi mesmo muito cansativo, tanto quando desenhei como quando descrevi. Confirmei que tenho mesmo muito pouca paciência tanto numa como noutra situação (o Filipe que diga...)!

É PRECISO DIZER SEMPRE AQUILO QUE SE VÊ, SOBRETUDO, E ISSO É O MAIS DIFÍCIL, É PRECISO VER SEMPRE AQUILO QUE SE VÊ.
Le Corbusier em "Entretien avec les étudiants des écolles d'architecture".


 
o meu desenho, e a seguir o Filipe e o seu desenho
 
 
 
 

1 comentário:

  1. Compreendo o desespero do exercício, mas é muito original e no teu caso o desenho ficou muitíssimo parecido.

    ResponderEliminar