sexta-feira, 22 de julho de 2016

Dia 7, já que o dia 6 foi um dia que quase não existiu...



Dia 6

Saímos cedinho de Cusco, que  é uma cidade linda, tive pena de não ter passeado mais por ela!
Quase perdemos o comboio Andino, ( acho que teria sido o melhor...) que nos levou até Puno.
10 horas e meia, ok, pensei, vou aproveitar para dar cor em desenhos inacabados, escrever mais textos...qual quê! Enjoo, um suplício! Toda a gente a comer, a beber Piscos, e eu a querer que o tempo passasse depressa...Cheguei ao hotel fui directa para a cama, mas o mal de altura também me impedia de dormir.... Um dia para apagar do mapa...

Dia 7

Já em Puno acordei, que é como quem diz, levantei-me da cama bem cedo. Puno fica junto ao lago Titikaka, o mais alto lago navegável do mundo, a 3.810 de altitude. Puno ao longe é uma cidade castanha, as casas têm o tal estilo "inacabado"! O nosso hotel ficava mesmo junto ao lago.

Saímos 7:15 de barco, parámos primeiro numas ilhas onde vivem os Uros. São ilhas flutuantes feitas de uma espécie de blocos de raízes aos quais atam paus e cobrem de junco. São várias ilhas, todas juntas ou muito perto umas das outras, que eles vão reconstruindo. Dependendo da dimensão podem albergar mais ou menos famílias. São cerca de 90 pequenas ilhas, muitas delas encostadas umas às outras. Isto passa-se a 10 minutos de barco de terra, pelo que hoje em dia penso que funciona muito como atracção turística. Existe numa dela uma espécie de hotel onde se pode passar a noite.
Entramos numa das ilhas, sentamo-nos com as mulheres e as crianças, porque os homens estão geralmente na pesca, e mostram-nos o que têm para vender, é disso que sobrevivem. Estava uma miúda novinha a pescar peixinhos num buraquinho entre os juncos. Têm painéis solares, televisão, bebem a água do lago, mas não percebi bem como faziam para ir à casa de banho.

 

 
 
 





 
 

Ainda nas ilhas dos Uros os barcos de junco, onde também se podia dar um passeio pelo lago, e já rumo a Taquile, que fica no meio do lago a mais de uma hora de viagem, o nosso "motorista" de barco, o Juan, que era mesmo peruano típico. Tive que o desenhar, ele gostou!



Chegados a Taquile...


 

Em Taquile vivem em regime comunista, e do turismo que os visita. Subimos até à praça central, sempre devagar, a parar várias vezes, mas lá consegui chegar. Ao longo do caminho há muitas mulheres e crianças vestidas com trajes típicos a vender panos, fitinhas, bonecos em crochet, etc.
Na praça central muitos turistas, encontrei um casal com uma filha, que tinham sido nossos companheiros de viagem do dia anterior. Tinha-os achado muito simpáticos, mas nem tinha conseguido falar com eles! Vim a saber que eram da Nova Zelândia, tinham vindo encontrar-se com a filha que está durante três anos na Bolívia a tratar de macacos bébés! 
Na Igreja estava a decorrer a missa, entrei e observei as pessoas. Eram só mulheres de manto na cabeça, pareciam personagens saídas de um filme de há 100 anos!
Já cá fora, enquanto eu desenhava, sentou-se ao meu lado uma menina muito querida, a falar comigo, a dizer que também gostava de desenhar. Tinha pulseirinhas para vender, comprei-lhe algumas e no final tirei-lhe uma foto.

 
 
 

Descemos um pouco na direcção oposta, parámos num local onde umas mesas compridas cobertas com os tecidos típicos coloridos e toldos nos esperavam com vista em frente ao lago para almoçar. Uma sopa de lentilhas e uma truta que estavam óptimas! As montanhas ao fundo já pertencem à Bolívia. Que calma, que vista linda, apetecia ficar ali!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De volta ao barco e rumo à cidade, ao lado do motorista. Muito gira a sensação de navegar àquela altitude! Às tantas ele sacou de um saco de plástico cheio de folhas de coca, perguntou se eu queria, eu disse que sim, e lá fomos os dois a mastigar coca até chegar a terra!
Mastigar folhas de coca dá energia e reduz o mal de altura.

Era assim a decoração interior do nosso barco:
 
 
 

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